O luxo na arquitetura não é diferente do luxo na vida.
Luxo é ter em sua casa aquilo que te deixa feliz.
Luxo são os espaços que te levam a respirar profundamente, a se espantar, a pensar, estranhar, se emocionar…
Pode-se tentar ser feliz com o mínimo, abolir os excessos, mas se para você o mínimo deve ser o máximo, pois que fique com muito.
Luxo é não ter regras.
Luxo não é ter móveis “Bombé”, “Délavé” ou “Flambe”, mas pode eventualmente ser.
Luxo é não ter vergonha de dizer que gosta quando gosta ou não sei quando não sabe.
Luxo não é uma coleção de etiquetas de grife, mas tampouco é a camiseta branca básica.
Luxo é poder misturar essas coisas naturalmente.
É não dever nada a ninguém.
O travesseiro pode ser feito de pluma de ganso ou de crina de cavalo.
Luxo é poder deitar a cabeça nele, tranquilamente.
Para alguns, luxo pode ser comprar um bilhete de primeira classe.
Para mim, é devorar um quarteirão com queijo no aeroporto antes de embarcar em vez de comer a horrorosa comida que é servida.
Luxo é poder mudar seus planos a qualquer momento.
É ser independente, avulso, livre.
É dizer não, é dizer sim, é dizer talvez, sempre que se queira.
É poder ficar mais um pouco, se tiver vontade.
Luxo é sentar à beira da lareira num fim de tarde de inverno, usando um surrado cashmere, um par de meias escocesas meio furadas, um pequeno copo de botequim cheio de pinga, um cocker spaniel ao seu lado e um CD interminável da Blossom Dearie.
Isso pode ser no interior da Inglaterra, mas com o passar do tempo e a chegada da maturidade, a gente percebe que também pode ser no interior de São Paulo.
Esta percepção é que é um luxo.
Para saber mais acesse:
Deixe um comentário