Na construção ou reforma de uma casa, banheiro ou cozinha, a primeira coisa que se pensa é no revestimento, a argamassa e o rejunte em geral são escolhidos por indicação do vendedor. Isso pode ser uma grande cilada. É importante escolher bem argamassas e rejuntes para garantir um excelente e duradouro resultado na sua construção.
A argamassa e o rejunte são responsáveis por garantir estabilidade das placas cerâmicas no revestimento. Um produto e uma técnica adequada de assentamento e rejuntamento, podem garantir a longa vida útil do projeto.
A argamassa serve para realizar o assentamento das placas cerâmicas e é feita à base de cimento, agregados minerais e outros aditivos químicos. Quando é misturada com água, se transforma em uma massa plástica e aderente.
Tipos de argamassas colantes
Argamassa AC I:
A argamassa ACI, também chamada de AC1, é o tipo mais básico de argamassa. Por oferecer a menor aderência em relação aos próximos tipos, ela é indicada para a aplicação de revestimentos porosos, que é o caso da cerâmica, em áreas internas da construção.
Isso é importante porque, durante a secagem da peça assentada, ela absorve a pasta, o que ajuda na aderência do revestimento ao piso ou parede. Além disso, apesar de menos aderente, a argamassa ACI também pode ser aplicada em ambientes molhados, como cozinha, banheiro e lavanderia.
Afinal, ela suporta o nível de umidade que geralmente está presente nesses ambientes. No entanto, nem pense em utilizá-la em revestimentos para piscinas e saunas, por exemplo, porque ela não apresenta uma resistência à água tão grande assim.
Argamassa AC II:
Esse tipo de argamassa colante, também chamada de AC2, é considerada bem mais resistente do que a anterior. Isso ocorre porque ela contém aditivos em sua composição que o permitem desenvolver uma característica adesiva.
Em função dessa característica, essa argamassa ACII pode ser aplicada em revestimentos menos porosos, como cerâmicas e porcelanatos, em ambientes internos ou externos, inclusive em cozinhas e banheiros.
Para completar, esse tipo também pode ser utilizado no processo de sobreposição de revestimentos e ainda tem a capacidade de absorver impactos, reduzindo as dilações que geralmente ocorrem nos pisos em função da temperatura ou circulação de pessoas, por exemplo
Argamassa AC III:
A argamassa ACIII, também chamada de AC3, é a mais resistente e com maior aderência dessa lista. Por isso, ela é indicada para ambientes internos e externos que necessitam de um reforço especial para suportar a carga, contato com água ou altas temperaturas, por exemplo.
Ou seja, ela pode ser utilizada em pisos de estabelecimentos comerciais, revestimentos de churrasqueiras, saunas e piscinas aquecidas. Outro ponto positivo dessa argamassa AC3, é que ela também pode ser utilizada para assentar peças grandes de revestimento, bem como pedras naturais.
Argamassa do tipo E
As construções localizadas em cidades muito quentes, com uma grande incidência solar ou que sofrem com ventanias, por exemplo, podem apresentar um problema sério relacionado à aplicação da argamassa.
Em função dessas circunstâncias ambientais, a argamassa seca rápido demais, o que prejudica o assentamento correto dos revestimentos.
Para resolver esse problema, as empresas desenvolveram essa linha de argamassas com a denominação “E”. A presença dessa letra indica que a argamassa possui uma composição que retarda seu processo de secagem e endurecimento logo após a aplicação.
A melhor parte é que você pode encontrar todos os tipos de argamassas citadas anteriormente com essa característica. Ou seja, existem opções ACI-E, ACII-E e ACIII-E.
Lembrando que, em função dessa característica, esse tipo de argamassa é mais cara. No entanto, se a construção está situada em alguma cidade com as condições apontadas anteriormente, vale a pena investir em produtos desse tipo.
Argamassas especiais
Embora muitas opções de argamassa disponíveis no mercado apresentem características do tipo ACIII, elas são categorizadas como argamassas especiais. Isso porque elas são destinadas ao assentamento de revestimentos específicos, utilizados em locais diferenciados.
Esse é o caso do granito, plaquetas de cerâmica ou pastilhas de vidro, por exemplo, que possuem formato e composição diferentes dos tradicionais porcelanato e cerâmica.
Por isso, se você pretende utilizar alguns desses revestimentos especiais, é importante escolher esse tipo de argamassa desenvolvida com uma composição específica, tornando-a mais resistente e eficiente à cada situação.
O rejunte é responsável por preencher as juntas de assentamento, impedindo infiltrações, além de agregar valor estético ao revestimento cerâmico. A especificação do rejunte deve levar em conta questões tanto técnicas, quanto funcionais e estéticas da área onde será aplicado. A paginação de pisos é um destes fatores a se levar em consideração.
Tipos de rejuntes:
Cimentício: é composto por cimento, agregados minerais, polímeros, pigmentos (responsável pela cor), e aditivos. Pode ser utilizado em áreas externas, internas, e áreas molháveis.
Acrílico: é composto por resina acrílica, cimento, agregados minerais, polímeros, pigmentos e aditivos. É indicado para porcelanatos.
Epóxi: trata-se de um produto bicomponente à base de resina. Portanto, é mais resistente a manchas, antifúngico, além de possuir resistência mecânica. Indicado para pisos industriais, e outros locais sujeitos ao ataque químico.
Para obter um sistema de revestimento cerâmico durável, é necessário seguir algumas especificações de juntas. Juntas de assentamento são espaços entre as placas cerâmicas que compõem o revestimento e normalmente são preenchidos com argamassa de rejuntamento. Para placas extrudadas a largura recomendada das juntas é de 8mm, variando entre 6 e 10mm.
Dependendo do tipo de paginação e disposição das placas, as juntas podem chegar a até 12mm. No caso de porcelanatos recomenda-se rejunte à base de resina para garantir o preenchimento das juntas.
Concluindo: um bom assentamento e rejuntamento é o que permitirá a obtenção de um bom sistema de revestimento cerâmico. Acima de tudo, é importante analisar qual a técnica mais adequada, quais os produtos indicados e, por último, qual a experiência do assentador.
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