Tudo começou como uma homenagem ao povo brasileiro de quem tanto gosta e tão bem o acolheu. Por estar a longa escadaria abandonada e suja o artista, usando cores da bandeira brasileira, — verde, amarelo e azul —, deu início à colocação dos azulejos por ocasião da Copa do Mundo de Futebol de 1994.
Foram fixados azulejos inteiros, ou em cacos, originários de muitos países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia, Bélgica, Bolívia, Chile, China, Equador, Escócia, Estados Unidos, Egito, Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Índia, Indonésia, Inglaterra, Iraque, Irã, Irlanda,Israel, Itália, Japão, Líbano, Marrocos, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Rússia, Suíça, Turquia, Uruguai, Venezuela, e do Brasil, totalizando cerca de 2.000 peças. Foram presentes de turistas estrangeiros, de amigos brasileiros ou obtidos em demolições e, também, adquiridos no comércio ou criados pelo próprio artista.
O trabalho na escadaria é habitualmente renovado. O artista troca alguns azulejos de vez em quando. Uma peça nova, de seu agrado, toma o lugar de outra, já fixada, que, por sua vez, vai para outra posição.
No começo, Selarón embelezou o local fazendo um jardim suspenso. Plantou flores dentro de antigas banheiras.
O artista fez tudo sozinho. Nunca se importou com os calos e a dor nas mãos. Obcecado, no auge da obra, só parava quando não tinha mais recursos para comprar os materiais. Aí voltava a pintar quadros para ganhar dinheiro. Feito isto, continuava a obra montando seu mosaico num ritmo alucinante, sem pensar em outra coisa. Dedicação total e absoluta.
Deixe um comentário